Ode sem D.
Desisto de quem nunca chegou a insistir.
Desisto de quem deixou de procurar e preferiu fugir.
Desisto de procurar ficar, de procurar não procurar quem quer desaparecer.
Aquele que te guarda, não dorme.
Já estou cheia de me sentir vazia.
O maior problema de virar a página, é querer voltar a ler outra vez, capítulos encerrados, rasgados, rabiscados, amados, amachucados, rejeitados.
Não desistimos do que queremos, apenas desistimos do que dói, do que magoa, arde e arranha.
Desistimos do que já desistiu de nós.
Tens os braços em que quero naufragar;
Os olhos em que me quero perder
Tens o sorriso que não consegue passar despercebido;
A voz que eu gostaria de nunca deixar de ouvir.
Lembro-me de ti como se fosse amanhã.
Lembro-me de ti no ténue ato de esquecer, entre absintos e vodka preta, entre cigarros e cannabis.
Lembro-me de ti quando sigo sozinha entre multidões, a sorrir e a deslindar memórias e fragmentos de palavras que nunca chegaram a ser proferidas.
Lembro-me de ti e quando esqueço, mutilam-me a alma, flamejam-me os estilhaços espalhados do reflexo que já fui.
Relembro-me.
Lembro-me das meias palavras quentes que perpetuaram frias, encerradas em silêncios e devaneios.
Tenho medo do esquecimento.
Dizem que na madrugada, em comparação à embriaguez física, se consegue atingir um nível absorto de honestidade, de descontrolo emocional.
Será?
Ficamos anulados na dúvida daquilo que não foi esclarecido no momento eloquente de que fomos alvo.
Meias palavras completas, pensamentos soltos mas ligados, um "contigo" sem ti.
Fico tristemente radiante, já não tenho que te ouvir por horas e horas.
Não tenho que me arrepiar com a tua voz.
Não tenho que te aconselhar sobre as picardias com o teu pai, ou sobre as teimosices da tua mãe.
Ou sequer, sobre as peças de outrora com o teu irmão.
E da tua vida triste de imersão em saídas e em ganzas? já não tenho que ouvir falar.
Estou pesarosamente feliz. Já não tenho que ouvir falar de ti. Nem atender chamadas que me desproviam de sono, às 2:30h, nem me deitar com o coração a querer sair pela boca, ou ficar deslumbrada em pensamentos cuja distância não passa de cm num mapa.
Sinto muito em sentir a tua falta.
Sinto mais por não sentires a minha e na passividade me deixares sem despedida.
Tenho medo do esquecimento e hoje no esquecimento me recolho.
Tenho medo do esquecimento e até a despedida se esqueceu de mim.
Tenho medo do esquecimento, e chega a ser pesaroso estar radiante com o vácuo.
Estarei à tua espera, num lugar que nunca saberemos se existe.
D.
Decidir.
Desistir.
Decidi sobre ti.
Desisti de ti.
Desisto de quem deixou de procurar e preferiu fugir.
Desisto de procurar ficar, de procurar não procurar quem quer desaparecer.
Aquele que te guarda, não dorme.
Já estou cheia de me sentir vazia.
O maior problema de virar a página, é querer voltar a ler outra vez, capítulos encerrados, rasgados, rabiscados, amados, amachucados, rejeitados.
Não desistimos do que queremos, apenas desistimos do que dói, do que magoa, arde e arranha.
Desistimos do que já desistiu de nós.
Tens os braços em que quero naufragar;
Os olhos em que me quero perder
Tens o sorriso que não consegue passar despercebido;
A voz que eu gostaria de nunca deixar de ouvir.
Lembro-me de ti como se fosse amanhã.
Lembro-me de ti no ténue ato de esquecer, entre absintos e vodka preta, entre cigarros e cannabis.
Lembro-me de ti quando sigo sozinha entre multidões, a sorrir e a deslindar memórias e fragmentos de palavras que nunca chegaram a ser proferidas.
Lembro-me de ti e quando esqueço, mutilam-me a alma, flamejam-me os estilhaços espalhados do reflexo que já fui.
Relembro-me.
Lembro-me das meias palavras quentes que perpetuaram frias, encerradas em silêncios e devaneios.
Tenho medo do esquecimento.
Dizem que na madrugada, em comparação à embriaguez física, se consegue atingir um nível absorto de honestidade, de descontrolo emocional.
Será?
Ficamos anulados na dúvida daquilo que não foi esclarecido no momento eloquente de que fomos alvo.
Meias palavras completas, pensamentos soltos mas ligados, um "contigo" sem ti.
Fico tristemente radiante, já não tenho que te ouvir por horas e horas.
Não tenho que me arrepiar com a tua voz.
Não tenho que te aconselhar sobre as picardias com o teu pai, ou sobre as teimosices da tua mãe.
Ou sequer, sobre as peças de outrora com o teu irmão.
E da tua vida triste de imersão em saídas e em ganzas? já não tenho que ouvir falar.
Estou pesarosamente feliz. Já não tenho que ouvir falar de ti. Nem atender chamadas que me desproviam de sono, às 2:30h, nem me deitar com o coração a querer sair pela boca, ou ficar deslumbrada em pensamentos cuja distância não passa de cm num mapa.
Sinto muito em sentir a tua falta.
Sinto mais por não sentires a minha e na passividade me deixares sem despedida.
Tenho medo do esquecimento e hoje no esquecimento me recolho.
Tenho medo do esquecimento e até a despedida se esqueceu de mim.
Tenho medo do esquecimento, e chega a ser pesaroso estar radiante com o vácuo.
Estarei à tua espera, num lugar que nunca saberemos se existe.
D.
Decidir.
Desistir.
Decidi sobre ti.
Desisti de ti.
Comentários
Enviar um comentário