Ode sem D.
D esisto de quem nunca chegou a insistir. Desisto de quem deixou de procurar e preferiu fugir. Desisto de procurar ficar, de procurar não procurar quem quer desaparecer. Aquele que te guarda, não dorme. Já estou cheia de me sentir vazia. O maior problema de virar a página, é querer voltar a ler outra vez, capítulos encerrados, rasgados, rabiscados, amados, amachucados, rejeitados. Não desistimos do que queremos, apenas desistimos do que dói, do que magoa, arde e arranha. Desistimos do que já desistiu de nós. Tens os braços em que quero naufragar; Os olhos em que me quero perder Tens o sorriso que não consegue passar despercebido; A voz que eu gostaria de nunca deixar de ouvir. Lembro-me de ti como se fosse amanhã. Lembro-me de ti no ténue ato de esquecer, entre absintos e vodka preta, entre cigarros e cannabis. Lembro-me de ti quando sigo sozinha entre multidões, a sorrir e a deslindar memórias e fragmentos de palavras que nunca chegaram a ser proferidas. Lembro-me de ti...